Limpeza da chupeta com a boca dos pais pode reduzir
alergias
Nova pesquisa sugere que ação não seria prejudicial
por espalhar germes
Em um novo estudo, publicado recentemente no
periódico “Pediatrics”, cientistas relatam que crianças
cujos pais sugaram suas chupetas para limpá-las
desenvolveram menos alergias que os filhos de quem
costumava enxaguar ou ferver o acessório. Os
primeiros também tiveram taxas menores de eczemas,
menos sinais de asma e quantidades menores de um
tipo de glóbulos brancos que aumentam em resposta a
alergias e outros distúrbios.
As descobertas somam-se ao crescente corpo de
evidências de que um certo grau de exposição a
germes logo no início da vida beneficia a criança e que
a privação aos micróbios pode sair pela culatra,
impedindo que o sistema imunológico desenvolva uma
tolerância a ameaças triviais.
Hipótese. O estudo, conduzido na Suécia, não
conseguiu provar que as chupetas limpas com a saliva
dos pais foram a causa direta da redução das alergias.
A prática pode ser um efeito de pais que são mais
relaxados com sujeiras e bactérias, segundo William
Schaffner, especialista em doenças contagiosas da
Universidade Vanderbilt, que não estava envolvido no
estudo. “Eu me pergunto se os pais que limparam as
chupetas oralmente aceitavam mais o ditado de que
você precisa de uma certa dose de sujeira. Talvez eles
só tivessem um ambiente menos ‘desinfetado’ em
casa”, pondera o médico.
Estudos mostram que o mundo microbial em que uma
criança é criada tem um papel no desenvolvimento de
alergias, aparentemente, desde o nascimento. Bebês
nascidos de parto normal acumulam bactérias
marcadamente diferentes em sua pele e nos intestinos,
se comparados àqueles nascidos de cesarianas. Isso
tem sido relacionado a um menor risco de febre alta,
asma e alergias alimentares.
Mas ainda não foi estudado se o fato de a mãe colocar a
chupeta do filho na boca ou o alimentar com a própria
colher proporciona à criança o mesmo tipo de proteção,
afirma Bill Hesselmar, principal autor do novo trabalho.